Aviação Comercial: A forte procura de passageiros continuou em Junho
A Associação Internacional dos Transportadores Aéreos (IATA) anunciou os dados dos passageiros referentes a Junho de 2022, mostrando que a recuperação nas viagens aéreas continua forte.
Nota: A IATA regressou às comparações anuais de tráfego, em vez de comparações com o período de 2019, salvo indicação em contrário. Devido à baixa base de tráfego em 2021, alguns mercados apresentarão taxas de crescimento anual muito elevadas, mesmo que a dimensão destes mercados seja ainda significativamente menor do que em 2019.
O tráfego total em Junho de 2022 (medido em receita por passageiro por quilómetro ou RPK) aumentou 76,2% em relação a Junho de 2021, impulsionado principalmente pela forte recuperação em curso do tráfego internacional.
Globalmente, o tráfego está agora a 70,8% dos níveis pré-crise.
O movimento internacional aumentou 229,5% em relação a Junho de 2021. O levantamento das restrições de viagem na maioria das regiões da Ásia-Pacífico está a contribuir para a recuperação. Os RPK internacionais de Junho de 2022 atingiram 65,0% do nível de Junho de 2019.
"A procura de viagens aéreas continua a ser forte. Após dois anos de confinamentos e restrições fronteiriças, as pessoas estão a tirar partido da liberdade de viajar para onde quer que possam ir", disse Willie Walsh, Director-Geral da IATA.
Mercados Internacionais de Passageiros
As companhias aéreas da Ásia-Pacífico tiveram um aumento de 492,0% do tráfego em Junho em comparação com Junho de 2021. A capacidade aumentou 138,9% e o coeficiente de carga aumentou 45,8 pontos percentuais para 76,7%. A região está agora relativamente aberta aos visitantes estrangeiros e ao turismo, o que está a ajudar a promover a recuperação.
O tráfego dos transportadores europeus em Junho aumentou 234,4% em comparação com Junho de 2021. A capacidade aumentou 134,5%, e o coeficiente de carga subiu 25,8 pontos percentuais, para 86,3%. O tráfego internacional dentro da Europa está acima dos níveis pré-pandémicos em termos de variação sazonal.
O tráfego das companhias aéreas do Médio Oriente subiu 246,5% em Junho, em comparação com Junho de 2021. A capacidade de Junho aumentou 102,4% em relação ao período de um ano atrás, e o coeficiente de carga subiu 32,4 pontos percentuais, para 78,0%.
As transportadoras norte-americanas registaram um aumento de tráfego de 168,9% em Junho, em comparação com o período de 2021. A capacidade aumentou 95,0%, e o coeficiente de carga subiu 24,1 pontos percentuais, para 87,7%, o que foi o mais elevado entre as regiões.
O tráfego de Junho das companhias aéreas latino-americanas aumentou 136,6% em comparação com o mesmo mês em 2021. A capacidade de Junho aumentou 107,4% e o coeficiente de carga aumentou 10,3 pontos percentuais, para 83,3%. Depois de liderar as regiões em termos de taxa de ocupação durante 20 meses consecutivos, a América Latina voltou ao terceiro lugar em Junho.
As companhias aéreas africanas tiveram um aumento de 103,6% nos RPK de Junho em relação a um ano atrás. A capacidade em Junho de 2022 aumentou 61,9% e o coeficiente de carga subiu 15,2 pontos percentuais para 74,2%, o mais baixo entre as regiões. O tráfego internacional entre África e regiões vizinhas está próximo dos níveis pré-pandémicos.
Situação no transporte aéreo de passageiros
Numa análise à situação actual do tráfego aéreo, o Director-Geral da IATA, afirmou "Com a época de viagens de Verão do Hemisfério Norte em pleno curso, as previsões de que o levantamento das restrições de viagem desencadearia uma avalanche de procura de viagens reprimidas estão a ser concretizadas. Ao mesmo tempo, a satisfação dessa procura provou ser um enorme desafio e é provável que continue a sê-lo. Mais uma razão para continuar a mostrar flexibilidade relativamente às regras de utilização das faixas horárias. A intenção da Comissão Europeia de regressar à exigência de longa data 80-20 afigura-se para a IATA como demasiado prematura.
Basta analisar as questões com que as companhias aéreas e os seus passageiros estão a ser confrontados em alguns dos principais aeroportos mundiais. Estes aeroportos não conseguem suportar a sua capacidade máxima, mesmo com o actual limite de 64% de faixas horárias e já foram prorrogados os limites máximos de passageiros nos aeroportos até ao final de Outubro. Razão pela qual se considera essencial a flexibilidade para apoiar uma recuperação bem sucedida.
Ao limitar o número de passageiros, os aeroportos estão a impedir as companhias aéreas de beneficiarem da forte procura. Por exemplo o aeroporto de Heathrow procurou culpar as companhias aéreas pela perturbação. No entanto, os dados de Desempenho do Nível de Serviço dos aeroportos relativos aos primeiros seis meses deste ano, mostram que falharam na prestação de serviços básicos e não cumpriram os seus objectivos de serviços de Segurança de Passageiros em 14,3 pontos. Os dados de Junho ainda não foram publicados, mas espera-se que mostrem um nível de serviço mais baixo por parte dos aeroportos desde que existem registos".
Fonte: International Air Transport Association (IATA) Press Release No: 40 (4 August 2022)
08 Agosto 2022